Avizinha-se mais um processo eleitoral, desta vez para escolha dos representantes municipais. Iniciam-se as movimentações dos candidatos e partidos em busca de votos. Mas, pensemos, qual a importância que os eleitores, de modo geral, dão às eleições e à Política? Quase nenhuma, muito menos do que deveriam dar cidadãos conscientes de que seus votos conferem aos eleitos a possibilidade de realmente representar as premissas e necessidades das comunidades. Esta constatação, verificada em todo o país, nada mais é do que uma alienação, provocada pelos próprios políticos e militantes, no sentido de valorizar os eleitores apenas no período das eleições. Tudo no interesse de manter o sistema como está, servindo aos interesses de gente que faz da Política seu cabedal de emprego, renda e poder. O que os militantes políticos fazem, amparados por legislações por eles mesmos criadas e não contestadas nem pelo Poder Judiciário, está, na realidade, em desacordo e oposição às vontades e conceitos daqueles que são eleitores. Se não vejamos: como explicar a manutenção do excessivo número de siglas partidárias, cuja finalidade é apenas criar oportunidades eleitoreiras, ainda que muitas proclamem, enganosamente, ideologias distintas que pouco se diferenciam... Diga-se de passagem, para os eleitores não comprometidos,os partidos, nas estruturas atuais, nada resolvem. O grande público consciente proclama por candidaturas comprometidas com os anseios populares, não com siglas, e muito menos com suas estritas e individuais finalidades de servir-se dos Governos, ao invés de servir aos Governos.
Como explicar os extraordinários gastos nas campanhas eleitorais, se não para que os eleitos possam recuperar, com larga margem, o “investimento” realizado... Como justificar a poluição ambiental, lixo, autofalantes, “santinhos” e panfletos, que a contragosto das comunidades infestam as ruas e calçadas... Como explicar que determinado candidato, em que pese possa alcançar maior número de votos, não seja eleito, em detrimento a outros com menor votação, mas que por conveniência, eleger-se-á por participar de coligações cujo interesse é tão somente o de chegar ao poder... Como explicar os significativos orçamentos de campanhas (milionárias, às vezes), muitas vezes financiadas por subornadores em potencial... Discute-se o financiamento das campanhas, se com recursos privados ou públicos ou mistos, como se a expressiva maioria da população não almejasse a eliminação de gastos desnecessários para isso. Se o propósito é servir, injustificados são os altos valores despendidos nas esferas dos Poderes Públicos (Ex. A cada minuto, o Congresso Nacional gasta R$ 11.545,04). Obedecida a vontade do povo, haveria menos senadores, deputados, vereadores, secretarias e ministérios, e todo um sistema de criação de cargos (gastos) públicos deslocando tais despesas para prementes necessidades nas áreas da saúde e educação. Ao contrário da política praticada, o cidadão não concede procuração ao eleito para que faça o que bem entender, especialmente legislando em causa própria. De outro lado, o mandato é concedido temporariamente, para que eleito possa contribuir com suas idéias e ações em favor da coletividade por um período, não para atender a indivíduos e/ou interesses escusos. Ninguém, a não ser os próprios interessados, está a favor do profissionalismo ou carreirismo político. Para evitar os vícios e influências, os mandatários deveriam cumprir seus mandatos e voltar a exercer suas profissões. Isso seria o correto, no olhar da maioria de nós eleitores. Precisamos fazer com que as eleições sejam a grande oportunidade de podermos renovar, através de novos nomes e posturas, os quadros dos poderes executivo e legislativo, cujas figuras repetitivas, muitas vezes inertes e meramente protocolares, continuem a assentar cadeira nas instituições. Para isso, é importante e necessário pesquisar as anteriores atividades, atitudes e comportamentos dos candidatos, onde trabalho, honestidade, responsabilidade e noção do dever, atributos indispensáveis ao exercício público, tenham sido demonstrados. Façamos valer nossas convicções e votemos com consciência.
Vitor Azubel
Publicado no Diário Popular de Pelotas, em 31.07.2012
Comentário: se eleito, tentarei defender as posições dos eleitores.
Vitor Azubel
Publicado no Diário Popular de Pelotas, em 31.07.2012
Comentário: se eleito, tentarei defender as posições dos eleitores.